Com a chegada do
FIDA 2016, o espírito da dança toma as ruas da cidade, com apresentações de alto
nível
É muito bom chegar
a Belém nesses dias que se balançam entre o Círio de Nazaré e o Festival
Internacional de Dança da Amazônia, o FIDA. É um estado de êxtase entre a fé e
a arte, que a gente sente no simples ato de caminhar pela rua. Na visita à
gloriosa iluminação da Doca – com a gigantesca Santa cercada por arabescos de
luz – já se pressente um certo ritmo. Em muitas canções da Igreja Católica, a
divindade está associada à dança, como expressão do belo e do estado de graça.
Belém respira essas
harmonias e nos convida a um bailado de boa-vontade. Até as mangas, altaneiras,
oscilam entre as folhas das árvores. É a dança chegando, uma das tantas formas
de arte que fazem de Belém um centro de talentos maravilhosos.
Detalhes
de última hora
É sempre
estimulante chegar à Escola de Danças Clara Pinto e ver as pequenas alunas de
ballet clássico às voltas com figurinos, tiaras, adereços e s coreografias. As
professoras, atentas e diligentes, repassam os balés, conferem os horários,
alertam as mamães para a importância de levarem as crianças bem cedo. Na
Secretaria, o vaivém constante dos grupos participantes, que vêm confirmar suas
inscrições, movimenta a cena.
No teatro, os
técnicos também têm muito que conferir, anotar, lembrar. Cada um tem sua
listinha de pendências e verifica cada item com máxima atenção.
Os convidados
trocam emails com a organização, para confirmar os horários de chegada. A
equipe do receptivo se prepara para atender a todos, a tempo e a hora.
Toda essa
mobilização de bastidores passa ao largo do grande público, mas é fundamental
para que a magia do FIDA se perpetue a cada ano, com atrações novas, bailarinos
ansiosamente esperados que já fazem parte da história e oficinas que permitem
aos jovens bailarinos locais e visitantes o contato com a experiência dos
grandes centros.
Repertório em oficina é novidade
No programa SEM
CENSURA, Clara Pinto fala mais uma vez sobre o FIDA e antecipa novidades, como
a primeira Oficina de Repertório Clássico, com o professor Guivalde Almeida, de
São Paulo. Guivalde vai montar em quatro dias um trecho do ballet Don Quixote, com os bailarinos
inscritos, para ser apresentada no domingo, 23. A montagem terá a participação
especial do primeiro-bailarino Cícero Gomes, do Theatro Municipal do Rio, muito
querido pelo público paraense.
As tradições do
FIDA se renovam sempre, na mesma medida em que se renovam as gerações de
bailarinos. Mesmo o que parece igual é sempre muito diferente. Novos talentos,
que há pouco tempo eram crianças, surgem agora com grande força. Chegam também
novos professores, enquanto outros se despedem.
Homenagem com gosto de saudade
Uma ausência muito
sentida será a da Profa. Toshie Kobayashi, uma das maiores autoridades em
ballet clássico do Brasil e presença obrigatória no FIDA há vários anos, que
faleceu em maio passado. Caberá a Sérgio
Lobato, professor do Bolshoi de Joinville e do Municipal do Rio, a árdua missão
de substituí-la, este ano.
Toshie Kobayashi
torna-se a primeira homenageada in
memorian do FIDA, já que no ano passado, depois de muito relutar, resolveu
aceitar ser a homenageada de 2016. Clara Pinto, que queria fazer isso há
muito tempo, teve de insistir muito para convencê-la. Discreta e fiel ao
espírito nipônico, Toshie Kobayashi sempre preferiu os bastidores.
Entra ano, sai ano,
Belém recebe o FIDA e o FIDA habita Belém.
O prazer e a esperança se renovam em outubro, mês em que a fé e a dança
andam de braços dados. Isto, com certeza, não deve ser por acaso.
Preços
acessíveis
Os preços dos
ingressos variam entre R$ 60 (plateia, varanda, frisas e camarotes da 1ª
ordem), R$ 50 (camarotes da 2ª ordem) e R$ 30 (galeria). Vale lembrar que
estudantes, idosos com 60 anos ou mais e pessoas com necessidades especiais
(PNE) têm direito à meia-entrada, conforme a legislação vigente. Para estas pessoas, o preço dos ingressos
pode cair, conforme o setor, para R$ 30, R$ 25 e R$ 15, respectivamente.
Durante o
FIDA, o chamado “paraíso” – o último
andar do Theatro da Paz – fica reservado para os bailarinos inscritos. – Não
vendemos o paraíso para que todos os bailarinos que participam do FIDA, que vêm
de vários lugares do país e também do exterior, possam assistir gratuitamente
aos espetáculos – orgulha-se Clara Pinto.
O 23º Festival
Internacional de Dança da Amazônia acontece de 19 a 23 de outubro, sempre às 20
horas, no Theatro da Paz. Os ingressos estão à venda na bilheteria do Theatro. A programação completa inclui diversas oficinas com
professores renomados, concursos de dança em várias modalidades no Teatro
Estação Gasômetro e apresentações gratuitas no Boulevard Shopping e no Espaço
São José Liberto.
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